Dengue em Pacientes com Diabetes: Atenção Redobrada, Alerta SBD

Os casos de dengue no Brasil estão em ascensão, aproximando-se de 2 milhões de infectados. Para piorar, pacientes com diabetes enfrentam um risco ainda maior de complicações graves da doença, conforme revelado por um estudo recente publicado na revista Travel Medicine and Infectious Disease. Essa pesquisa destacou que pacientes com diabetes tipo 1 ou 2 têm o dobro de chance de desenvolver complicações graves da dengue, aumentando a necessidade de internação.

A Sociedade Brasileira de Diabetes emitiu um alerta enfático, destacando que a condição metabólica da diabetes aumenta significativamente o risco de gravidade e mortalidade associada à dengue. Portanto, é crucial que pacientes diabéticos infectados busquem atendimento médico imediato ao apresentar sintomas como vômitos, dor abdominal intensa e sangramentos.

Recorde Histórico de Casos de Dengue

De acordo com o Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, o Brasil registrou um recorde histórico de casos de dengue nas primeiras onze semanas do ano. O número impressionante de 1.889.206 casos prováveis representa o maior já registrado desde o início da série histórica em 2000. Esse aumento alarmante contrasta com os 400.197 casos registrados no mesmo período do ano anterior.

Preocupações das Autoridades de Saúde

O aumento dos casos de dengue tem gerado preocupações entre as autoridades sanitárias e médicas. Embora a doença possa afetar a todos, certos grupos, incluindo pacientes com diabetes, estão em maior risco. Outros grupos vulneráveis incluem idosos, crianças, gestantes, pessoas com doenças crônicas e imunossuprimidos.

Complicações para Pacientes com Diabetes

Pacientes com diabetes enfrentam complicações adicionais quando contraem dengue. O infectologista Álvaro Costa, do HC-FMUSP, adverte que o uso de medicamentos como Ácido Acetilsalicílico pode intensificar os sintomas da dengue e agravar a condição de saúde, representando um risco especialmente para pacientes diabéticos devido ao aumento do risco de hipoglicemia.

Desafios no Controle da Glicose

Além disso, a dengue pode desencadear descompensações glicêmicas, tornando o controle da glicose no sangue ainda mais desafiador para os pacientes diabéticos. Outros medicamentos, como ibuprofeno, aspirina, nimesulida e diclofenaco, também devem ser evitados, pois aumentam a probabilidade de quadros hemorrágicos, especialmente em casos mais graves da doença.

Estratégias de Vacinação e Tratamento

Embora os pacientes com diabetes estejam entre os grupos prioritários para a vacinação contra a dengue, a disponibilidade de doses ainda é limitada na rede pública. O Ministério da Saúde tem focado na imunização de crianças e adolescentes, o que pode exigir que muitos pacientes busquem a vacinação na rede privada.

Tratamento Adequado

No entanto, o tratamento da dengue para pacientes com diabetes não difere significativamente do tratamento para aqueles sem a condição. É fundamental monitorar de perto a evolução da doença e adotar medidas de suporte, como repouso, hidratação e medicamentos para controlar os sintomas, conforme prescrito por profissionais médicos.

Medidas Preventivas e Conclusão

Diante do aumento dos casos de dengue, é fundamental seguir as orientações médicas e evitar a automedicação. Medidas simples, como eliminar focos de água parada, utilizar repelentes e roupas que cubram o corpo, são essenciais para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Além disso, é crucial estar atento aos sintomas da doença e buscar imediatamente assistência médica em caso de suspeita de dengue.

A dengue representa uma ameaça significativa para pacientes com diabetes, exigindo atenção redobrada e medidas preventivas eficazes. A conscientização e ações coletivas são indispensáveis para conter a propagação dessa grave doença.